O avô Rui saiu danado! Até bateu com a porta.
A avó Rosário foi para a cozinha, a chorar baixinho. A mãe Cristina foi para o quarto, desesperada.
O neto Rafael ficou sozinho na sala, triste e a sentir-se culpado.
Afinal, todos tinham discutido por causa dele.
A mãe estava desempregada e tinha-se divorciado recentemente.
Para conseguirem ter alguma estabilidade, foram para casa dos avós. A avó ficou contente mas o avô nem por isso. Então agora que estava reformado tinha que voltar a aturar crianças! E ainda por cima, dos filhos dos outros!... Nem conseguia ver a televisão sossegado!
A mãe nem queria acreditar que, mais uma vez, ele só pensava nele e não via o que a filha e o neto estavam a passar! Como é que o pai não conseguia apoiar, amar quando a vida o pedia?! E o neto?? Como podia não ajudar quem era o mais indefeso nesta situação toda?!
Passado um bocado, o Rafael, abre a porta e também sai de casa.
Mas vai até ao café, na esperança de encontrar o avô. Espreita e vê-o.
Entra, olha-o bem nos olhos e, antes que o avô o mande embora, aponta para um cartaz lá fora na rua.
O avô levanta-se, pega na mão dele, dirige-se ao outro lado do passeio e escreve no cartaz.
Pede desculpa e abraça o Rafael. E voltam para casa.
"Nesta casa, somos...". Importante definir em todos os lares.
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