A avó Judite acordou triste, melancólica, sem energia nenhuma...
O dia estava bonito mas ela só via tudo cinzento. E pela primeira vez desde que casaram, a avó ficou na cama e de pijama durante todo o dia.
O avô Carlos tentou animá-la, trouxe-lhe o pequeno-almoço, enfeitou o tabuleiro com flores do jardim, deitou-se ao lado dela, leram o jornal em conjunto, conversaram, abraçaram-se mas a avó estava triste e não havia nada a fazer.
A situação repetiu-se por várias vezes, e apesar de o avô ter inicialmente pensado que a crise era passageira, a depressão foi-se instalando de mansinho, silenciosamente, agarrando e controlando a energia e a essência da avó com os seus tentáculos frios e cinzentos.
O avô começou a ficar preocupado e sem saber o que fazer. A avó já estava a tomar antidepressivos há algum tempo! Se bem que ajudaram no início, a verdade é que os sintomas estavam lá e a causa não tinha sido sanada. E o dinheiro não abundava...
Foi aí que se lembrou de recorrer à SOS - Voz Amiga. E a avó teve a coragem de começar a desabafar, contar que, e apesar do carinho e amor do avô, se sentia só e vulnerável pois os seus amigos estavam a morrer, os filhos estavam emigrados ou ocupados com as suas profissões, quase só via os netos no Skype e no Natal...
Uma psicóloga foi recomendada, a avó passou a ser sistemática nas visitas e assim conseguiu trazer uma nova orientação, perspetiva e felicidade à sua vida.
E bastou alguém saber escutar...
Importante ter uma voz amiga que nos ouve.
ResponderEliminarActualmente não há tempo para ouvir. E é tão simples. Às vezes basta um Sorriso e os que nos cercam já ficam mais felizes.
ResponderEliminar